História da música.

História da música é o estudo das origens e evolução da música ao longo do tempo. Como disciplina histórica insere-se na história da arte e no estudo da evolução cultural dos povos. Como disciplina musical, normalmente é uma divisão da musicologia e da teoria musical. Seu estudo, como qualquer área da história é trabalho dos historiadores, porém também é freqüentemente realizado pelos musicólogos. Este termo está popularmente associado à história da música erudita ocidental e freqüentemente afirma-se que a história da música se origina na música da Grécia antiga e se desenvolve através de movimentos artísticos associados às grandes eras artísticas de tradição européia (como a era medieval, renascimento, barroco, classicismo, etc.). Este conceito, no entanto é equivocado, pois essa é apenas a história da música no ocidente. A disciplina, no entanto, estuda o desenvolvimento da música em todas as épocas e civilizações, pois a música é um fenômeno que perpassa toda a humanidade, em todo o globo, desde a pré-história. Em 1957 Marius Schneider escreveu: “Até poucas décadas atrás o termo ‘história da música’ significava meramente a história da música erudita européia. Foi apenas gradualmente que o escopo da música foi estendido para incluir a fundação indispensável da música não européia e finalmente da música pré-histórica." Há, portanto, tantas histórias da música quanto há culturas no mundo e todas as suas vertentes têm desdobramentos e subdivisões. Podemos assim falar da história da música do ocidente, mas também podemos desdobrá-la na história da música erudita do ocidente, história da música popular do ocidente, história da música do Brasil, História do samba, história do fado e assim sucessivamente.

sábado, 2 de junho de 2007

MÚSICA ELETROACÚSTICA E DANÇA


MÚSICA ELETROACÚSTICA E DANÇA
Veja também Música Eletroacústica Arquitetura, Cinema, Literatura.
"É interessante destacar que muitas das mais controversas premières deste século estavam associadas ao ballet: A Sagração da Primavera, de Stravinsky; Parade, de Satie; o Ballet mécanique, de George Antheil. Esta contribuição polêmica continua na era da música eletrônica, notadamente na colaboração de John Cage com a Merce Cunningham Dance Co. Contudo, o relacionamento entre músicos e artistas dos vários outros campos - pintores, poetas, atores, dançarinos, cineastas, escultores e arquitetos, assim como também com cientistas - tem extendido esta cooperação a níveis jamais sonhados."

"A era moderna tornou possível (pela primeira vez) a realização de trabalhos que não apenas usam todos os sentidos, mas que também envolvem o espectador como parte da criação (ou, visto de uma outra perspectiva, trabalhos que usam a música como parte de um envolvimento total que tem o indivíduo como seu centro). O primeiro evento multimédia (ou para usar o termo cunhado no início dos anos 1960, happening) - no sentido moderno do termo - foi encenado por Cage e Cunningham em 1952, nas dependênicas do Black Mountain College, Carolina do Norte. Desde a realização deste evento, a Cunningham Dance Co., tendo Cage como seu diretor musical (trabalhando eventualmente com David Tudor) e com a colaboração de artistas tais como Robert Rauschenberg (atuando como designer), tem estado constantemente na vanguarda do uso inédito e experimental da tecnologia aplicada à música.

Particularmente interessante tem sido o desenvolvimento de sistemas eletrônicos que permitem a conversão direta dos movimentos dos dançarinos em música, tornando a dança e a composição inextricavelmente unidas. Um exemplo desta união é a peça de Cage Variations V (1965), na qual hastes de metal contêm sensores para o processamento e modificação dos sons produzidos pela aproximação dos dançarinos."1

[...] Ou seja, os dançarinos são parcialmente responsáveis pela criação dos sons que os acompanham, através da utilização de "antenas" (que são estrategicamente) dispostas no palco e que monitoram seus movimentos. Estas particularidades da associação entre dança e música, devido ao seu ineditismo, fazem com que se evidencie a ausência de referências aos relacionamentos tradicionais destes setores artísticos em relação ao drama e a narrativa teatral convencionais. Paradoxalmente, os eventos ocorrem de forma simultanea, porém, independente, já que a dança não é coreografada em função da música, o que cria - também paradoxalmente - mais um senso de oposição do que de cooperação.2 É neste sentido que se pode afirmar que a estética criada por esta modalidade artística - na qual há a associação de dois campos de expressão - "perverte" deliberadamente todo a concepção tradicional dos relacionamentos padronizados e estabelecidos entre atividades artísticas distintas.

KARLHEINZ STOCKHAUSEN


KARLHEINZ STOCKHAUSEN

Karlheinz Stockhausen nasceu a 22 de agosto de 1928 em Mödrath, perto de Colônia, Alemanha. De 1947 a 1951, estudou na Escola Superior de Música de Colônia (piano e pedagogia musical) e na Universidade desta mesma cidade (germânicas, filosofia, musicologia). Em 1952, realizou em Paris um curso de rítmica e estética musical com Oliver Messiaen. Nesse mesmo ano participou, também em Paris, das investigações com sons concretos realizadas por Pierre Schaeffer na Radio Française; em 1953 realiza, nos estúdios da Rádio de Colônia, a primeira síntese de espectros sonoros sinusoidais produzidos eletronicamente. É, desde maio deste mesmo ano, diretor do Estúdio de música eletrônica desta rádio e, desde 1963, seu diretor artístico. De 1953 a 1956, paralelamente com os trabalhos de composição e investigação no Estúdio, organizou um seminário sobre fonética e teoria da comunicação com o professor Werner Meyer-Eppler, na Universidade de Bonn. Desde 1958, vem empreendendo todos os anos numerosas viagens por vários países como conferencista ou diretor de orquestra (a partir de 1959, na companhia de grupos restritos de solistas selecionados de forma muito rigorosa). Em 1963, começou lecionando nos “Cursos Internacionais de Verão de Música Nova” em Darmstadt. Entre 1963 e 1968 fundou e foi diretor artístico dos cursos de “Música Nova” de Colônia. Em 1965, a Universidade da Pennsylvania convidou para exercer o cargo de professor de composição em Filadélfia. Em 1966, realizou em Tóquio dois trabalhos para a NHK, a rádio de Tóquio. Em 1966-67, foi professor convidado da Universidade da Califórnia, em Davies. É, desde 1964, diretor de um grupo que interpreta “Música Eletrônica Viva”. Em 1970 executou, na Exposição Universal de Osaka, durante 183 dias e à média de 5 horas e meia por dia, suas próprias obras, com a colaboração de vinte solistas de cinco países diferentes, no auditório do pavilhão alemão. Em 1971, foi professor de composição na Escola Superior de música de Colônia. Até 1973, compôs mais de cinqüenta obras, com as quais já foram editados mais de cinqüenta discos. Três volumes com seus escritos (Textos I, II e III) foram publicados por DuMont Schauberg, de Colônia. De 1954 a 1959 foi co-editor dos cadernos de música serial Die Reiche (Universal Edition/Theodore Press Company). A partir do outono de 1977, Stockhausen concentra todos os seus esforços na composição de um ciclo musical de teor dramático sobre os sete dias da semana, denominado Licht ("Luz"), no firme propósito de concluir esta heptalogia no prazo de 25 anos. A conclusão desse monumental ciclo da "Luz" está sendo aguardada com muita expectativa no mundo da música.

OLIVER MESSIAE


OLIVER MESSIAEN: Nasceu em Avignon a 10 de dezembro de 1908 e faleceu em 1992. [...] Entrou aos onze anos no conservatório de Paris, onde seus principais mestres foram Maurice Emmanuel (que o fez conhecer a métrica grega) Paul Dukas (para a composição), bem como Marcel Dupré (para o órgão). Foi, aliás, uma peça para órgão publicada em 1928 - O Banquete Celeste - que o revelou: a ambígua riqueza da escritura (os "modos de transposição limitada"), uma sensualidade melódica e harmônica que se restringe ao suave, o assunto religioso (messiaen procalma, em primeiro lugar, sua fé católica) - tudo isso características de sua música e de uma estética facilmente perceptíveis na produção do por vir. [...] É na improvisação ao órgão que Messiaen realizará suas pesquisas de expressão, ritmo e harmonia, [sendo esse instrumento] o modelo da maior parte de suas compsições orquestrais.[...] A partir de 1942, messiaen torna-se professor de harmonia no Conservatório de Paris e, em 1947, é criada para ele uma classe de análise musical que em breve iria tornar-se uma classe de composição: seus alunos - entre eles Pierre Boulez - serão numerosos, e a influência de Messiaen sobre toda uma geração de música viria a suscitar muitas controvérsias. Suas obras, igualmente, viriam a provocar alguns "escândalos" memoráveis [...].

MPB

HERBERT EIMERT: É o grande fundador da música eletrônica. Estudou entre 1919 e 1924 no Conservatório de Colônia (Alemanha) e, de 1924 a 1930, na Universidade local. Já em 1924, escreveu um manual de técnica dodecafônica (Atonale Musiklehre), e por tal feito deve ser visto como um dos primeiros dodecafonistas. Seu Quarteto de Cordas de 1924-1925 configura-se dentre as primeiras obras dodecafônicas alemãs. Entre 1928 e 1933, atua como compositor colaborador da Rádio de Colônia, NWDR, função que será por ele retomada em 1945. Em 1948, assume a direção dos programas musicais noturnos da rádio. Em 1949, em colaboração com Robert Beyer, realiza os primeiros experimentos em composição eletrônica, utilizando os aparelhos da rádio. Em 1951, funda oficialmente o primeiro Estúdio de Música Eletrônica do mundo, junto à NWDR de Colônia. Foi o grande responsável pelo desenvolvimento e pela promoção da Música Eletrônica na Alemanha e na Europa dos anos 50. [...] Através de Eimert, compositores como Stockhausen, Pousseur, Koenig, Ligeti, Kagel etc., puderam realizar suas primeiras obras eletrônicas. Ardoroso defensor do serialismo, Eimert permitiu que o pensamento serial se adentrasse no estúdio eletrônico a partir de 1953, com o ingresso de Stockhausen e Goeyvaerts no Estúdio de Colônia. Sob sua coordenação, 33 obras de 21 compositores foram realizadas até 1961 nessa instituição, quando então Eimert se aposenta de suas funções na rádio e o Estúdio da NWDR é praticamente desativado. A convite da Escola Superior de Música de Colônia - a maior da Alemanha -, Eimert funda aí, em 1965, um outro Estúdio de Música Eletrônica, dando continuidade ao estúdio da rádio. Dirigirá essa instituição até fins de 1971, vindo a falecer em 1972, quando então assume a direção do estúdio, como sucessor de Eimert, seu assistente Hans Ulrich Humpert.

JOSÉ RICARDO CORTÉS ESPINOSA: José Ricardo Cortés Espinosa nasceu na Cidade do México em 1972. Inicia seus estudos em 1979, participando do Ciclo De Iniciação musical da Escola Nacional de Música (ENM) da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), até 1991 ao finalizar o ciclo propedêutico em composição. De 1992 a 1995 participou como integrante do Coro de la ENM, com diversas apresentações em lugares como o Palácio de Belas Artes e a Sala Nezahuacoytl, ao lado de orquestras com a Filarmônica Nacional e a Sinfônica Nacional. A partir de 1994, inicia um trtabalho junto ao Centro Multimédia no estúdio de áudio como técnico de som e compositor de temas originais para spots de radio e televisão, sistemas interativos e sonorização/musicalização em apoio a projetos do CNA. Participou como assistente de som al lado de Dominique Marnas nas obras Roberto Zucco e Los Perdedores dirigidas por Catherine Marnas e Daniel Jiménez-Cacho, respectivamente. A partir 1996 inicia um trabalho de colaboração com as companhias de dança El árbor de pájaros e Com M de Mar (dirigidas por Alejandro Ruiz e Mirna de la Garza), compondo música original e edição sonora. Desde 1995 integra o Módulo de Digitalização e Processamento de Som que integra o curso Herramientas Multimedia para maestros e investigatdores do Canto Nacional de las Artes e para Alumnos de la Escuela Nacional de Pintura, Escultura e Grabado "La Esmeralda". Em junho de 1996 ministrou o Curso de Sound Edit Pro para la Espacialización de Hipermeios, pertenciente ao Programa de Postgrado Nuevas Tecnologias na Universidade Autônoma Metropolitana, Unicade Azcapozalco. Em 1995 iniciou uma série de colaborações com os videomakers Alfredo Salomón e Alejandro Valle.

Guto Caminhoton


GUTO CAMINHOTONasceu em Londrina em 1967 e iniciou seus estudos musicais em 1983. Em 1986 continuou estudos com Henrique Pinto (violão) e Ricardo Rizek (composição) na FAAM de São Paulo. Em 1995 estudou Música Eletroacústica com Flo Menezes no Estúdio PANaroma UNESP, e atua no Núcleo de Música Eletroacústica da Universidade Estadual de Londrina, no NMC - Núcleo de Música Contemporânea e na DEL - Dissociação Estética Londrinense. Sua formação como músico inclui também um grande interesse pela música popular. Obras principais: Variações para Sequencer e Sintetizador, classificada no I Concurso Mostra de Música Criativa do Festival de Música de Londrina, em 1992, e Momento Angular, apresentada na XI Bienal de Música Contemporânea Brasileira, realizada em 1996, no Rio de Janeiro (conheça dois de seus Estudos para Piano). (Extraído do programa do II Encontro de Música Eletroacústica, realizado em Brasília, DF, Brasil, entre os dias 10 e 15 de maio de 1997, p. 29, e do encarte do CD Música Eletroacústica Brasileira, RD003MEB, RioArteDigital, Rio de Janeiro, 1995).



REGINALDO CARVALHO: Nasceu em Guarabira, Estado da Paraiba, em 1932. Ainda criança começou a estudar violino e órgão, logo dirigindo bandas e orfeões em sua cidade. Aos 14 anos começou a compor. Sua primeira obra foi escrita para piano em 1946, e se intiltulava Ternura. Ainda hoje, vivendo no Piauí, continua terno, apesar das mil peripécias musicais, amorosas e administrativas que realizou nos seus bem vividos 62 anos. Em 1949 saiu de Guarabira direto para o Rio de Janeiro, onde passou a estudar composição com Villa Lobos, contraponto e fuga com Paulo Silva. Afirma ter sido o único aluno particular de Villa Lobos. Foi justamente Villa quem, em 1951, o aconselhou a ir a Paris, para saber "que coisa era essa tal de música concreta que os franceses apregoavam". Em Paris, com recomendação de Villa Lobos, passou a estudar com Paul Lee Flem. Com bolsa do governo francês realizou estágio de música concreta no antigo Centre Bourdan, com Pierre Schaeffer. De volta ao Rio em 1956 passou a realizar as primeiras obras de música concreta pioneiras no Brasil, com a sua tradicional tecnologia da precariedade: panelas, águas, bicicletas, barulhos diversos, tesoura, durex e gravadores caaseiros. Em 1967 foi nomeado diretor do Conservatório Nacional de Canto Orfeônico que Getúlio dera a Villa em 1942, conseguindo transformar a velha casa formadora de Professores de Canto em uma nova instituição: o Instituto Villa Lobos, que inouvou pedagógica e esteticamente com a contratação de uma geração nova de professores. Em 1972, após a intervenção militar no IVL, assumiu a Coordenação Geral do Centro de Pesquisas Culturais e Comunicação Social do Piauí. Em Teresina, até hoje, desenvolve trabalho múltiplo de educador amplo e escritor. Em recente encontro de compositores declarou que ministra 32 disciplinas que vão desde teoria e harmonia tradicional até música eletroacústica. (

RODOLFO CAESAR


RODOLFO CAESAR: Nasceu no Rio de Janeiro em 1950, onde iniciou seus estudos musicais no Instituto Villa-Lobos/UNIRIO. Prosseguiu seus estudos no GRM/Conservatoire de Paris e mais recentemente na University of West Anglia. Fez especialização em filosofia na UFRJ. É um dos fundadores do Estúdio da Glória (ativo desde 1981), onde teve a oportunidade de lecionar e commpor com auxílio de tecnologias eletroacústicas. Foi professor no Conservatório de Música e na Universidade Estácio de Sá, prodtor de programas de rádio sobre música contemporânea (FM Eldo-Pop e Rádio Roquete Pinto), coordenador e intérprete em diversos eventos, em várias cidades do Brasil. Suas obras têm recebido distinções internacionais , sendo apresentadas em concertos e eventos tais como o Cycle Acousmatique em Paris, a Internacional Conference of Computer Music em Glasgow, o Akustika Festival em Viena, o Filkingen Festival em Estocolmo e outros. Tendo completado doutoramento em composição eletroacústica na Inglaterra em 1992 com uma bolsa do CNPq, Caesar trabalha atualmente em seu estúdio pessoal no Rio de Janeiro, realizando obras encomentadas por instituições e artistas. Desenvolve projeto de composição custeado pela Bolsa Vitae de Artes. É vice-presidente da SBME - Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica, e professor na Escola de Música da UFRJ, onde coordena o LaMuT - Laboratório de Música e Tecnologia (UFRJ). Recentemente produziu dois CDs da série de música brasileira no selo RioArte Digital e tornou-se o primeiro professor concursado em composição eletroacústica da Universidade Federal. (Extraído do programa do II Encontro de Música Eletroacústica, realizado em Brasília, DF, Brasil, entre os dias 10 e 15 de maio de 1997, p. 40).

FRANÇOIS BAYLE



B

FRANÇOIS BAYLE: François Bayle, compositor francês, Tamatave, Madagascar, em 1932. Sua formação que em parte é autodidata, vem dos ensinamentos de Messiaen, Pousseur e Stockhausen com os quais ele seguiu cursos de composição. Trabalhou sobretudo nos estágios preparatórios à técnicas eletroacústicas dirigidas por Pierre Schaeffer. Ele é há muitos anos um dos principais animadores do Groupe de Recherche de l' O. R. T. F. (atual GRM). Apesar da música eletroacústica ser hoje o seu meio de expressão, ele compôs também para os meios tradicionais, instrumentos e voz. Alguns exemplos: l' Accent du secret, ciclo de peças para contralto e sete instrumentos, sobre poemas de Marcel Lecomte, obra na qual ele atinge talvez uma forma surrealista de música. Foi ele o idealizador e o construtor do Acusmonium, o primeiro sistema eletroacústico que se constitui sob a forma de uma Orquestra de Alto-falantes. Nos últimos anos vem teorizando sobre a música eletroacústica que ele prefere chamar "Arte dos Sons Projetadoss ou Música Acúsmática". Esta nova nomenclatura, Música Acusmática, carregada de expressivo posicionamento estético, vem ganhando muitos adeptos. Em 1993, as Editions Buchet/ Chastel de Paris publicou seu livro intitulado Musique Acousmatique, em que o autor desenvolve sua teoria. (Extraído do programa do II Encontro de Música Eletroacústica, realizado em Brasília, DF, Brasil, entre os dias 10 e 15 de maio de 1997, p. 27-8).

LUCIANO BERIO (1925-2003)


Pierre Boulez, tendo-se
ao fundo uma caricatura
de Stravinsky.
PIERRE BOULE:Nascido a 26 de março de 1925 em Montbrison (Loire). De início interessado pela matemática, voltou-se para a música em 1942. Em Paris seguiu o curso de Oliver Messiaen e André Vaurabourg-Honegger e iniciou-se no dodecafonismo com René Leibowitz. Descobriu então Debussy e Webern como seus mestres no plano do pensamento, assim como Stravinski no plano rítmico. [...] A generalização do princípio serial em todos os parâmetros (serialismo integral) só aconteceu com a Polyphonie X para 18 instrumentos (1950-1951) e sobretudo com o primeiro livro de Structures para dois pianos (1951-1952). Este primeiro período criador foi marcado por uma obra que deveria dar a Boulez a celebridade "acima do bem e do mal": Les Marteau sans Maitre para contralto e pequeno conjunto, sobre texto de René Char (1953-1955). Com a Terceira sonata para piano, Boulez abordou o domínio da obra aberta, e com Peésiepour puvoir (1958), partitura renegada a seguir, os da fusão de sons instrumentais e eletroacústicos e da espacialização dos som. [...] Em 1974, Boulez tomou a direção do Instituto de Pesquisa e de Coordenação Acústico-Musical (IRCAM) no Centro George Pompidou. [...] A ele se devem inúmeros escritos, vários dos quais foram reunidos em volumes (Penser la musique aujourd'hui, 1964; Relevés d'ápprentis, 1966; Par Volonté, 1975

Músicas brasileiras


A



AGUIAR, CELSO: Nasceu em Palo Alto, Califórnia, no coracão do Silicon Valley e cresceu no Brasil na cidade de Salvador, Bahia. Iniciou seus estudos em Música e Composicão com o compositor suiço-brasileiro Ernst Widmer. Desde então tornou-se particularmente interessado na Música Eletroacústica, desenvolvendo em seguida um sintetizador digital controlado por computador em iniciativa pioneira no Brasil. Celso Aguiar tem escrito música para instrumentos tradicionais bem como meios eletroacústicos. A fusão de sons naturais e as mais pugentes transformacoes é uma característica marcante em sua obra eletroacústica, onde transformacão espectral torna-se uma metáfora para transformacão da consciência. Ele encontra-se atualmente trabalhando com o compositor inglês Jonathan Harvey no CCRMA-Stanford University, onde compõe e desenvolve pesquisas em modelamento espectral e espacializacao sonora com modelos físicos. Suas composicões tem recebido vários premios e acolhida internacional e o compositor é frequentemente convidado para eventos envolvendo música e computadores ao redor do mundo. Mais detalhes sobre o trabalho e as pesquisas de Celso Aguiar em http://cm.stanford.edu/~aguiar/.

ALMEIDA, ANSELMO GUERRA DE: Formou-se em Piano em 1977, pelo Conservatório Municipal de Santos, São Paulo. Estudou também no Instituto de artes da UNESP, onde formou-se em composição e regência em 1986, tendo estudado harmonia e contraponto com Michel Phillipot, música contemporânea com John Boudler e música eletroacústica com Igor Lintz Maues. Em 1992 concluiu o Mestrado em Ciências da Computação na Universidade de Brasília, sob a orientação de Aluizio Arcela, com a dissertação Sistema de Composição Musical Algorítmica em Síntese FM.
No Laboratório de Processamento Espectral da UnB, foi pesquisador durante o ano de 1992. Atualmente cursa o Doutorado na PUC de São Paulo, sob a orientação de Arthur Nestrovski. Nesta mesma Universidade é pesquisador no LLS - Laboratório de Linguagens Sonoras, onde realiza atualmente trabalhos em música eletroacústica. A partir do ano letivo de 1998, assume o cargo de professor adjunto nas cadeiras de Composição e Tecnologia Musical do Departamento de Música da Universidade Federal de Goiás, em Goiânia. (Extraído do programa do II Encontro de Música Eletroacústica, realizado em Brasília, DF, Brasil, entre os dias 10 e 15 de maio de 1997, p. 20).


JORGE ANTUNES: Jorge Antunes nasceu no Rio de Janeiro onde realizou sua formação musical tradicional na Escola de Música da Universidade do Brasil (atual UFRJ). Em 1962 começou a se interessar pela música mletrônica, ao mesmo tempo em que ingressava no curso de Física da Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi). Depois de construir vários equipamentos eletrônicos, Antunes fundou o Estúdio de Pesquisas Cromo-Musicais, compondo suas promeiras obras de música eletrônica. Em 1965 ele deu início a pesquisas no domínio da correspondência entre os sons e as cores e compõe uma série de trabalhos a que o nome de CROMOPLASTOFONIAS, para orquestras, fitas magnéticas, luzes, usando também os sentidos do olfato, do paladar e do tato. Em 1969 ganhou uma bolsa de pós-graduação em composição no Instituto Torcuato Di Tella de Buenos Aires. Em 1970 ele continuou suas pesquisas no Instituto de Sonologia da Universidade de Utrecht, com uma bolsa do governo holandês. Em 1971-73 ganhou uma bolsa do governo francês para um curso de aperfeiçoamento no Groupe de Recherches Musicales de l'ORTOF, onde atuou como compositor estagiário sob a orientação de Pierre Schaeffer, Gui Reibel e François Bayle. No mesmo período iniciou o doutorado em Estética Musical na Sorbone, Universidade de Paris VIII, concluído em 1977, tendo Daniel Charles como orientador. Desde 1973 Antunes é professor da Universidade de Brasília onde é Professor Titular desde 1988. Integra, atualmente, a SBME - Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica. Recentemente foi premiado pela RioArte com uma bolsa-encomenda, para composição de uma vox-ballet instrumental e eletroacústico. Suas composições musicais foram premiadas em inúmeros concursos nacionais e internacionais, e estão freqüentemente presentes nas programações dos mais importantes festivais europeus de música contemporânea. Jorge Antunes, talento permanentemente inovador e polêmico, é considerado pela crítica internacional como o líder da vanguarda musical brasileira. (Extraído do programa do II Encontro de Música Eletroacústica, realizado em Brasília, DF, Brasil, entre os dias 10 e 15 de maio de 1997, p. 32).


ALUIZIO ARCELA: Nasceu em Joã Pessoa em 1948. Graduou-se na PUC em 1974, em Engenharia Elétrica. Sua formação musical tradicional foi feita com pofessores paarticulares, destacando-se entre esses os nomes de Hans-Joachim Koelreutter e Esther Scliar. Também naa PUC concluiu o Mestrado em Engenharia Elétrica e o Doutorado em Ciências da Computação. Nos anos 70 estudou música eletroacústica no Instituto Villa Lobos do Rio de Janeiro com Rodolfo Caesar. Em 1974 foi premiado no I Festival Brasileiro de Curta-Metragem, com um filme de 16 mm intitulado Ballet de Lissajous. Com filmagem direta na tela de um osciloscópio, realizou um contraponto de sons concreto-eletrônicos e de imagens cinéticas produzidas pelas composições ortogonais descobertas por Jules Lissajou em 1873. A realização desse filme e de sua trilha sonora marcam o início de uma paixão pela pesquisa em torno das aplicações da composição de movimentos vibratórios simples. Sua pemanete pesquisa, ainda atual, tem dado lugar a uma vasta produção de artigos científicos, obras musicais e espetáculos multimédia. Arcela é professor da Universidade de Brasília, tendo sido um dos idealizadores e fundadores do Departamento de Ciências da Computação onde dirige o Laboratório de Processamento Espectral. (Extraído do programa do II Encontro de Música Eletroacústica, realizado em Brasília, DF.

Sobre Música


===A abordagem naturalista===
De acordo com a primeira abordagem, a música existe antes de ser ouvida; ela pode mesmo ter uma existência autônoma na natureza e pela natureza. Os adeptos desse conceito afirmam que, em si mesma, a música não constitui [[arte]], mas criá-la e expressá-la sim. Enquanto ouvir música possa ser um lazer e aprendê-la e entendê-la sejam fruto da disciplina, a música em si é um fenômeno natural e universal. A teoria da ressonância natural de [[Mersenne]] e Rameau vai neste sentido, pois ao afirmar a natureza matemática das relações harmônicas e sua influência na percepção auditiva da consonância e dissonância, ela estabelece a preponderância do natural sobre a prática formal. Consideram ainda que, por ser um fenômeno natural e intuitivo, os seres humanos podem executar e ouvir a música virtualmente em suas [[mente]]s sem mesmo aprendê-la ou compreendê-la. Compor, improvisar e executar são formas de arte que utilizam o fenômeno música.

Sob esse ponto de vista, não há a necessidade de comunicação ou mesmo da percepção para que haja música. Ela decorre de interações físicas e prescinde do humano.

===A abordagem funcional, artística e espiritual===

Para um outro grupo, a música não pode funcionar a não ser que seja percebida. Não há, portanto, música se não houver uma [[composição musical|obra musical]] que estabelece um diálogo entre o compositor e o ouvinte. Este diálogo funciona por intermédio de um ''gesto'' musical formante (dado pela [[notação musical|notação]]) ou formalizado (por meio da interpretação). Neste grupo há quem defina música como sendo "a arte de manifestar os afectos da alma, através do som" (Bona). Esta expressão informa as seguintes características: 1) música é arte: manifestação estética, mas com especial intenção à uma mensagem emocional; 2) música é manifestação, isto é, meio de comunicação, uma das formas de linguagem a ser considerada, uma forma de transmitir e recepcionar uma certa mensagem, entre indivíduos considerados, ou entre a emoção e os sentidos do próprio indivíduo que entona uma música; 3) utiliza-se do som, é a idéia de que o som, ainda que sem o silêncio pode produzir música, o silêncio individualmente considerado não produz música.

Para os adeptos dessa abordagem, a música só existe como manifestação humana. É atividade artística por excelência e possibilita ao compositor ou executante compartilhar suas emoções e sentimentos. Sob essa óptica, a música não pode ser um fenômeno natural, pois decorre de um desejo humano de modificar o mundo, de torná-lo diferente do estado natural. Em cada ponta dessa cadeia, há o homem. A música é sempre concebida e recebida por um ser humano. Neste caso, a definição da música, como em todas as artes, passa também pela definição de uma certa forma de [[comunicação]] entre os homens. Como não pode haver diálogo ou comunicação sem troca de signos, para essa vertente a música é um fenômeno [[Semiótica|semiótico]].

=== Definição negativa ===

Uma vez que é difícil obter um conceito sobre o que é a música, alguns tendem a definí-la pelo que não é:
*'''A música não é uma linguagem normal'''. A música não é capaz de significar da mesma forma que as línguas comuns. Ela não é um discurso verbal, nem uma língua, nem uma linguagem no sentido da [[linguística]] (ou seja uma dupla articulação [[signo lingüístico|signo]]/[[significado]]), mas sim uma linguagem peculiar, cujos modos de articulação signo musical/significado musical vêm sendo estudados pela [[Semiótica da Música]].

*'''A música não é ruído'''. O ruído pode ser um componente da música, assim como também é um componente (essencial) do [[som]]. Embora a ''Arte dos ruídos'' teorizasse a introdução dos sons da vida cotidiana na criação musical, o termo "ruído" também pode ser compreendido como desordem. E a música é uma organização, uma composição, uma construção ou recorte deliberado (se considerarmos os elementos componentes do [[acústica musical|som musical]]). A oposição que normalmente se faz entre estas duas palavras pode conduzir à confusão e para evitá-la é preciso se referir sempre à ideia de organização. Quando [[Edgard Varèse|Varèse]] e [[Pierre Schaeffer|Schaeffer]] utilizam ruídos de tráfego na [[música concreta]] ou algumas bandas de [[Rock industrial]], como o [[Einstürzende Neubauten]], utilizam sons de máquinas, devemos entender que o "ruído" selecionado, recortado da realidade e reorganizado se torna música pela intenção do artista.

*'''A música não é totalizante'''. Ela não tem o mesmo sentido para todos que a ouvem. Cada indivíduo usa a sua própria emotividade, sua imaginação, suas lembranças e suas raízes culturais para dar a ela um sentido que lhe pareça apropriado. Podemos afirmar que certos aspectos da música têm efeitos semelhantes em populações muito diferentes (por exemplo, a aceleração do ritmo pode ser interpretada frequentemente como manifestação de alegria), mas todos os detalhes, todas as sutilezas de uma obra ou de uma improvisação não são sempre interpretadas ou sentidas de maneira semelhante por pessoas de [[classe social|classes sociais]] ou de [[cultura]]s diferentes.

*'''A música não é sua representação gráfica'''. Uma [[partitura]] é um meio eficiente de representar a maneira esperada da execução de uma composição, mas ela só se torna música quando executada, ouvida ou percebida. A partitura pode ter méritos gráficos ou estéticos independentes da execução, mas não é, por si só, música.

===Definição social===

Por trás da multiplicidade de definições, se encontra um verdadeiro fato social, que coloca em jogo tanto os critérios históricos, quanto os geográficos. A música passa tanto pelos símbolos de sua escritura (notação musical), como pelos sentidos que são atribuídos a seu valor afetivo ou emocional. É por isso que, no ocidente, nunca parou de se estender o fosso entre as músicas do ouvido (próximas da terra e do [[folclore]] e dotadas de uma certa espiritualidade) e as músicas do olho (marcadas pela escritura, pelo discurso). Nossos valores ocidentais privilegiam a autenticidade autoral e procuram inscrever a música dentro de uma história que a liga, através da escrita, à memória de um passado idealizado. As músicas não ocidentais, como a [[África|africana]] apelam mais ao imaginário, ao [[mito]], à [[magia]] e fazem a ligação entre a potencialidade espiritual e corporal. O ouvinte desta música, bem como o da música folclórica ou popular ocidental participa diretamente da expressão do que ouve, através da dança ou do canto grupal, enquanto que um ouvinte de um concerto na tradição erudita assume uma atitude contemplativa que quase impede sua participação corporal, como se só a sua mente estivesse presente ao concerto. O desenvolvimento da notação musical e a constituição artificial do sistema de [[Temperamentos musicais|temperamento]]s consolidou na música, o dualismo corpo-mente típico do [[racionalismo]] [[René Descartes|cartesiano]]. E de tal forma esse movimento se fortaleceu que mesmo a música popular ocidental, ainda que menos dualista, se rendeu à sistematização, na qual se mantém até hoje.

====Música - um fenômeno social====

As práticas musicais não podem ser dissociadas do contexto cultural. Cada cultura possui seus próprios tipos de música totalmente diferentes em seus estilos, abordagens e concepções do que é a música e do papel que ela deve exercer na sociedade. Entre as diferenças estão: a maior propensão ao humano ou ao sagrado; a música funcional em oposição à música como arte; a concepção teatral do [[Concerto]] contra a participação festiva da música folclórica e muitas outras.

Falar da música de um ou outro grupo social, de uma região do globo ou de uma época, faz referência a um tipo específico de música que pode agrupar elementos totalmente diferentes ([[música tradicional]], [[música erudita|erudita]], [[música popular|popular]] ou [[música experimental|experimental]]). Esta diversidade estabelece um compromisso entre o músico (compositor ou intérprete) e o público que deve adaptar sua escuta a uma cultura que ele descobre ao mesmo tempo que percebe a obra musical.

Desde o início do [[século XX]], alguns musicólogos estabeleceram uma "antropologia musical", que tende a provar que, mesmo se alguém tem um certo prazer ao ouvir uma determinada obra, não pode vivê-la da mesma forma que os membros das [[Grupo étnico|etnias]] aos quais elas se destinam. Nos círculos acadêmicos, o termo original para estudos da música genérica foi "musicologia comparativa", que foi renomeada em meados do [[século XX]] para "[[etnomusicologia]]", que apresentou-se, ainda assim, como uma definição insatisfatória.

Para ilustrar esse problema cultural da representação das obras musicais pelo ouvinte, o musicólogo [[Jean-Jacques Nattiez]] (''Fondements d’une sémiologie de la musique'' [[1976]]) cita uma história relatada por [[Roman Jakobson]] em uma conferência de G. Becking, linguista e musicólogo, pronunciada em [[1932]] no Círculo Línguístico de [[Praga]]:

{{quote2|Um indígena africano toca uma [[melodia]] em sua flauta de [[bambu]]. O músico europeu terá muito trabalho para imitar fielmente a melodia exótica, mas quando ele consegue enfim determinar as alturas dos sons, ele esta certo de ter reproduzido fielmente a peça de música africana. Mas o indígena não está de acordo pois o europeu não prestou atenção suficiente ao timbre dos sons. Então o indígena toca a mesma ária em outra flauta. O europeu pensa que se trata de uma outra melodia, porque as alturas dos sons mudaram completamente em razão da construção do outro instrumento, mas o indigena jura que é a mesma ária. A diferença provém de que o mais importante para o indígena é o timbre, enquanto que para o europeu é a altura do som. O importante em música não é o dado natural, não são os sons tais como são realizados, mas como são intencionados. O indígena e o europeu ouvem o mesmo som, mas ele tem um valor totalmente diferente para cada um, porque as concepções derivam de dois sistemas musicais inteiramente diferentes; o som em música funciona como elemento de um sistema. As realizações podem ser múltiplas, o acústico pode determiná-las exatamente, mas o essencial em música é que a peça possa ser reconhecida como idêntica.|Nattiez}}

==História da música==


{{Ver artigo principal|[[História da música]]}}

'''História da música''' é o estudo das origens e evolução da [[música]] ao longo do [[tempo]]. Como disciplina [[História|histórica]] insere-se na [[história da arte]] e no estudo da evolução [[cultura|cultural]] dos povos. Como disciplina musical, normalmente é uma divisão da [[musicologia]] e da [[teoria musical]]. Seu estudo, como qualquer área da história é trabalho dos [[historiador]]es, porém também é freqüentemente realizado pelos musicólogos.

Este termo está popularmente associado à história da [[música erudita]] [[Ocidente|ocidental]] e freqüentemente afirma-se que a história da música se origina na música da [[Grécia antiga]] e se desenvolve através de movimentos artísticos associados às grandes eras artísticas de tradição [[Europa|européia]] (como a [[era medieval]], [[renascimento]], [[barroco]], [[classicismo]], etc.). Este conceito, no entanto é equivocado, pois essa é apenas a história da música no ocidente. A disciplina, no entanto, estuda o desenvolvimento da música em todas as épocas e civilizações, pois a música é um fenômeno que perpassa toda a humanidade, em todo o globo, desde a [[pré-história]].
Em [[1957]] Marius Schneider escreveu: “Até poucas décadas atrás o termo ‘história da música’ significava meramente a história da música erudita européia. Foi apenas gradualmente que o escopo da música foi estendido para incluir a fundação indispensável da música não européia e finalmente da música pré-histórica."

Há, portanto, tantas histórias da música quanto há [[cultura]]s no mundo e todas as suas vertentes têm desdobramentos e subdivisões. Podemos assim falar da história da música do ocidente, mas também podemos desdobrá-la na história da música erudita do ocidente, história da música popular do ocidente, história da música do Brasil, História do samba, história do fado e assim sucessivamente.

==Teoria musical==

{{Ver artigo principal|[[Teoria musical]]}}
''Teoria musical'' é o nome dado a qualquer sistema destinado a analisar, compreender e se comunicar ''a respeito'' da música. Assim como em qualquer área do conhecimento, a teoria musical possui várias escolas, que podem possuir conceitos divergentes. A própria divisão da teoria em áreas de estudo não é consenso, mas de forma geral, qualquer escola possui ao menos:
*[[análise musical]], que estuda os elementos do som e estruturas musicais e também as [[forma musical|formas musicais]].
*[[estética musical]], que inclui a divisão da música em [[Música#Gêneros musicais|gêneros]] e a [[Música#Crítica musical|Crítica musical]].
*[[Notação musical]].

===Análise musical===

[[Imagem:Orchestra.jpg|thumb|250px|right|[[Violoncelo|Violoncelistas]] da Orquestra Sinfônica do Paraná]]
Apesar de toda a discussão já apresentada, a música quando composta e executada deliberadamente é considerada arte por qualquer das facções. E como arte, é criação, representação e comunicação. Para obter essas finalidades, deve obedecer a um [[métodos de composição|método de composição]], que pode variar desde o mais simples (a pura [[sorte]] na [[música aleatória]]), até os mais complexos. Pode ser composta e escrita para permitir a execução idêntica em várias ocasiões, ou ser [[improvisação|improvisada]] e ter uma existência efêmera. A música dos [[pigmeu]]s do [[Gabão]], o [[Rock and roll]], o [[Jazz]], a [[música sinfônica]], cada composição ou execução obedece a uma [[estética]] própria, mas todas cumprem os objetivos artísticos: criar o desconhecido a partir de elementos conhecidos; manipular e transformar a natureza; moldar o futuro a partir do presente.

Qualquer que seja o método e o objetivo estético, o material sonoro a ser usado pela música é tradicionalmente dividido de acordo com três elementos organizacionais: '''[[melodia]]''', '''[[harmonia]]''' e '''[[ritmo]]'''. No entanto, quando nos referimos aos aspectos do som nos deparamos com uma lista mais abrangente de componentes: '''[[altura (música)|altura]]''', '''[[timbre]]''', '''[[intensidade]]''' e '''[[duração]]'''. Eles se combinam para criar outros aspéctos como: estrutura, textura e estilo, bem como a localização espacial (ou o movimento de sons no espaço), o gesto e a dança.

Na base da música, dois elementos são fundamentais: O [[som]] e o [[tempo]]. Tudo na música é função destes dois elementos. É comum na análise musical fazer uma analogia entre os sons percebidos e uma figura tridimensional. A [[sinestesia]] nos permite "ver" a música como uma construção com comprimento, altura e profundidade.

O [[ritmo]] é o elemento de organização, frequentemente associado à dimensão horizontal e o que se relaciona mais diretamente com o tempo ([[duração]]) e a [[intensidade]], como se fosse o contorno básico da música ao longo do tempo. Ritmo, neste sentido, são os sons e silêncios que se sucedem temporalmente, cada som com uma duração e uma intensidade próprias, cada silêncio (a intensidade nula) com sua duração. O [[silêncio]] é, portanto, componente da música, tanto quanto os sons. O ritmo só é percebido como contraste entre som e silêncio ou entre diversas intensidades sonoras. Pode ser periódico e obedecer a uma pulsação definida ou uma estrutura métrica, mas também pode ser livre, não periódico e não estruturado ([[arritmia (música)|arritmia]]). Também é possível que diversos ritmos se sobreponham na mesma composição ([[polirritmia]]). Essas são opções de composição. Enfim é interessante lembrar que, embora pequenas variações de intensidade de uma nota à seguinte sejam essenciais ao ritmo, a variação de intensidade ao longo da música é antes de tudo um componente expressivo, a [[dinâmica musical]].
[[Imagem:Beijing-SA2.jpg|thumb|250px|left|Músico de rua em [[Pequim]]]]

A segunda organização pode ser concebida visualmente como a dimensão vertical. Daí o nome [[altura (música)|altura]] dado a essa característica do som. O mais agudo, de maior [[freqüência]], é dito mais alto. O mais grave é mais baixo. O elemento organizacional associado às alturas é a [[melodia]]. A melodia é definida como a sucessão de alturas ao longo do tempo, mas estas alturas estão inevitavelmente sobrepostas à duração e intensidade que caracterizam o ritmo e portanto essas duas estruturas são indissociáveis. Outra metáfora visual que freqüentemente é utilizada é a da cor. Cada altura representaria uma cor diferente sobre o desenho rítmico. Não é à toa que muitos termos utilizados na descrição das alturas, [[escala musical|escalas]] ou melodias também são usados para as cores: [[tom]], [[Música tonal|tonalidade]], [[cromatismo]]. Também não deve ser fruto do acaso o fato de que tanto as cores como os sons são caracterizados por fenômenos físicos semelhantes: as alturas são variações de freqüências em [[onda]]s sonoras (mecânicas). As cores são variações de freqüência em ondas [[luz|luminosas]] ([[Electromagnetismo|eletromagnéticas]]). Assim como o ritmo, a melodia pode seguir estruturas definidas como escalas e tonalidades ([[música tonal]]), que determinam a forma como a melodia estabelece tensão e repouso em torno de um centro tonal. O compositor também pode optar por criar [[melodias]] em que a [[tensão]] e o [[repouso]] não decorrem de relações hierárquicas entre as notas ([[música atonal]]).

A terceira [[dimensão]] é a [[harmonia]] ou [[polifonia]]. Visualmente pode ser considerada como a profundidade. Temporalmente é a execução simultânea de várias melodias que se sobrepôem e se misturam para compor um som muito mais complexo, como se cada melodia fosse uma camada e a harmonia fosse a sobreposição de todas essas camadas. A [[harmonia]] possui diversas possibilidades: uma [[melodia]] principal com um acompanhamento que se limite a realçar sua [[progressão harmônica]]; duas ou mais melodias independentes que se entrelaçam e se completam harmonicamente; sons aleatórios que, nos momentos que se encontram formam acordes; e outras tantas em que sons se encontram ao mesmo tempo. O termo [[harmonia]] não é absoluto. Manipula o conjunto das [[melodias]] simultâneas de modo a expressar a vontade do [[compositor]]. As [[dissonância]]s também fazem parte da harmonia tanto quanto as [[consonância]]s. Adicionalmente, pode-se criar [[harmonias]] que obedeçam a duas ou mais [[tonalidades]] simultaneamente ([[politonalismo]] - usada com freqüência em composições de [[Heitor Villa-Lobos|Villa-Lobos]]).

Não podemos esquecer que cada [[som]] tocado em uma música tem também seu [[timbre]] característico. Definido da forma mais simples o [[timbre]] é a identidade sonora de uma [[voz]] ou [[instrumento musical]]. É o [[timbre]] que nos permite identificar se é um [[piano]] ou uma [[flauta]] que está tocando, ou distinguir a voz de dois [[Vocal|cantores]]. Acontece que o [[timbre]], por si só, é também um conjunto de elementos seqüenciais e simultâneos. Uma série infinita de [[freqüências]] sobrepostas que geram uma [[forma de onda]] composta pela freqüência [[fundamental]] e seu [[espectro sonoro]], formado por [[Fundamental ausente|sobretons]] ou [[harmônico]]s. E o timbre também evolui temporalmente em intensidade obedecendo a uma figura chamada [[envelope (modulação)|envelope]]. É como se o [[timbre]] reproduzisse em escala temporal muito reduzida o que as [[notas]] produzem em maior [[escala]] e cada [[nota]] possuísse em seu próprio tecido uma [[melodia]], um [[ritmo]] e uma [[harmonia]] próprias.

Segundo o tipo de música, algumas dessas dimensões podem predominar. Por exemplo, o [[ritmo]] bem marcado e fortemente periódico tem a primazia na [[música tradicional]] dos povos [[África|africanos]]. Na maior parte das culturas [[Oriente|orientais]], bem como na música tradicional e popular do ocidente, é a [[melodia]] que representa o valor mais destacado. A [[harmonia]], por sua vez, é o ideal mais elevado da [[música erudita]] ocidental.

Estes elementos nem sempre são claramente reconhecíveis. Onde estará o [[ritmo]] ou a melodia no som de uma serra elétrica incluída em uma [[canção]] de rock industrial ou em uma [[composição]] [[música eletroacústica|eletroacústica]]? Mas se considerarmos apenas o jogo dos [[sons]] e do [[tempo]], a organização do seqüencial e do simultâneo e a seleção dos [[timbres]], a música nestas [[composições]] será tão reconhecível quanto a de uma [[cantata]] [[música barroca|barroca]].

===Gêneros musicais===

{{Ver artigo principal|[[Gênero musical]]}}
Assim como existem várias definições para música, existem muitas divisões a agrupamentos da música em gêneros, estilos e formas. Dividir a música em gêneros é uma tentativa de classificar cada composição de acordo com critérios objetivos que não são sempre fáceis de definir.

Uma das divisões mais freqüentes separa a música em grandes grupos:
* [[Música erudita]] - a música tradicionalmente dita como "culta" e no geral, mais elaborada. Seus adeptos consideram que é feita para durar muito tempo e resistir a [[moda]]s e tendências. Em geral exige uma atitude contemplativa e uma audição concentrada. Alguns consideram que seja uma forma de música superior a todas as outras e que seja a real arte musical. No entanto esse pensamento é tipicamente ocidental, elitista, obsoleto e não leva em conta a imensa variedade de formas e funções da música nos mais diversos grupos sociais. Os gêneros eruditos são divididos sobretudo de acordo com o períodos em que foram compostas ou pelas características predominantes.
* [[Música popular]] - associada a movimentos culturais populares. Conseguiu se consolidar apenas após a [[urbanização]] e [[industrialização]] da [[sociedade]] e se tornou o tipo musical icônico do século XX. Se apresenta atualmente como a música do dia-a-dia, tocada em shows e festas, usada para [[dança]] e socialização. Segue tendências e [[modismo]]s e muitas vezes é associada a valores puramente comerciais, porém, ao longo do [[tempo]], incorporou diversas tendências vanguardistas e inclui estilos de grande [[sofisticação]]. É um tipo musical frequentemente associado a elementos extra-musicais, como textos (letra de canção), padrões de comportamento e ideologias. É subdividida em incontáveis gêneros distintos, de acordo com a instrumentação, características musicais predominantes e o comportamento do grupo que a pratica ou ouve.
* [[Música folclórica]] ou [[música tradicional|tradicional]] - associada a fortes elementos culturais de cada grupo social. Tem caráter predominantemente rural ou pré-urbano. Normalmente são associadas a festas folclóricas ou rituais específicos. Pode ser funcional (como canções de plantio e colheita ou a música das rendeiras e lavadeiras). Normalmente é transmitida por imitação e costuma durar décadas ou séculos. Incluem-se neste gênero as [[cantiga de roda|cantigas de roda]] e de [[cantiga de ninar|ninar]].
* [[música religiosa]], utilizada em [[liturgia]]s, tais como [[missa]]s e [[funeral|funerais]]. Também pode ser usada para [[adoração]] e [[oração]] ou em diversas festividades religiosas como o [[natal]] e a [[páscoa]], entre outras. Cada religião possui formas específicas de música religiosa, tais como a [[música sacra]] [[igreja católica|católica]], o [[gospel]] das [[igreja evangélica|igrejas evangélicas]], a música [[judaísmo|judaica]], os tambores do [[candomblé]] ou outros cultos [[África|africanos]], o canto do [[muezim]], no [[Islamismo]] entre outras.

Cada uma dessas divisões possui centenas de subdivisões. Gêneros, subgêneros e estilos são usados numa tentativa de classificar cada música. Em geral é possível estabelecer com um certo grau de acerto o gênero de cada peça musical, mas como a música não é um fenômeno estanque, cada músico é constantemente influenciado por outros gêneros. Isso faz com que subgêneros e fusões sejam criados a cada dia. Por isso devemos considerar a classificação musical como um método útil para o estudo e comercialização, mas sempre insuficiente para conter cada forma específica de produção. A divisão em gêneros também é contestada assim como as definições de música porque cada composição ou execução pode se enquadrar em mais de um gênero ou estilo e muitos consideram que esta é uma forma artificial de classificação que não respeita a diversidade da música. Ainda assim, a classificação em gêneros procura agrupar a música de acordo com características em comum. Quando estas características se misturam, subgêneros ou estilos de fusão são utilizados em um processo interminável.

Os estilos musicais ao entrar em contato entre si produzem novos estilos e as culturas se misturam para produzir gêneros transnacionais. O [[bluegrass]] dos [[Estados Unidos da América]], por exemplo tem elementos vocais e instrumentais das tradições anglo-irlandesas, escocesas, alemãs e afro-americanas que só podem ser fruto da produção do século XX.

Outra forma de encarar os gêneros é considerá-los como parte de um conjunto mais abrangente de manifestações culturais. Os gêneros são comumente determinados pela tradição e por suas apresentações e não só pela música de fato. O [[Rock and roll]], por exemplo, possui dezenas de subgêneros, cada um com características musicais diferentes mas também pelas roupas, cabelos, ornamentação corporal e danças, além de variações de comportamento do público e dos executantes. Assim, uma canção de [[Elvis Presley]], um [[heavy metal]] ou uma canção [[punk]], embora sejam todas consideradas formas de [[rock]], representam diversas culturas musicais diferentes.

Também a música erudita, folclórica ou religiosa possuem comportamentos e rituais associados. Ainda que o mais comum seja compreender a música erudita como a acústica e intencionada para ser tocada por indivíduos, muitos trabalhos que usam samples, gravações e ainda sons mecânicos, não obstante, são descritas como eruditas, uma vez que atendam aos princípios estéticos do erudito. Por outro lado, uma trecho de uma obra erudita como os "Quadros de uma Exposição" de [[Modest Mussorgsky|Mussorgsky]] tocado por [[Emerson, Lake & Palmer|Emerson, Lake and Palmer]] se torna [[Rock progressivo]] não só por que houve uma mudança de instrumentação, mas também porque há uma outra atitude dos executantes e da platéia.

====Métodos de composição====
{{Ver artigo principal|[[Métodos de composição]]}}
Cada gênero define um conceito e um método de composição, que passa pela definição de uma forma, uma instrumentação e também um "processo" que pode criar [[som|sons]] musicais. A gama de métodos é muito grande e vai desde a simples seleção de sons naturais, passando pela composição tradicional que utiliza os sistemas de escalas, tonalidades e notação musical e varia até a música aleatória em que sons são escolhidos por programas de [[computador]], obedecendo a [[algoritmo]]s programados pelo compositor.

===Crítica musical===

''Crítica musical'' é uma prática utilizada, sobretudo pelos meios de comunicação para comentar o valor estético de uma obra, intérprete ou conjunto musical. Um [[texto crítico]] freqüentemente refere-se a um [[espetáculo]] ou [[álbum musical|álbum]] na época de seu lançamento. O assunto é complexo e polêmico, pois, desde os tempos em que a sua prática era levada a cabo por curiosos freqüentadores da vida social e, conseqüentemente, dos espetáculos musicais, nunca se tornou claro qual o seu objetivo principal, nem mesmo quais os destinatários - o público, o artista ou ambos.

Ao longo do século XX, notou-se que, mesmo sem finalidade ou utilidade aparente, a crítica musical passou a despertar forte curiosidade nos que não freqüentavam os espetáculos musicais e assim se apropriavam dos pontos de vista emanados nas críticas. Com o estabelecimento do comércio musical, os músicos e produtores musicais, em nome da captura das platéias e dos compradores, passaram a manipular seu conteúdo com diversos tipos de favorecimento aos críticos. Com a vulgarização desta prática, a isenção da crítica passou a ser questionada. Ainda assim, ela consegue influenciar o público e uma crítica em um veículo respeitado pode, dentro de certos limites, promover o sucesso ou o fracasso dos artistas, álbuns e espetáculos.

A [[indústria cultural]] além de lançar tendências através de bandas pagas, agrupadas por redes de comunicação, também faz uso da crítica para vender sua mercadoria com artigos pagos, manipulação dos meios de comunição e a massificação de determinados estilos musicais. A prática de comprar a execução de uma música em horários de grande audiência é chamada no Brasil de "jabaculê" ou simplesmente "jabá".

==Educação musical==

{{ver artigo principal|[[Educação Musical]]}}

''Educação musical'' é o conjunto de práticas destinadas a transmitir a teoria e a prática da música de uma geração a outra. Inclui:
*'''[[Musicalização]]''' - métodos destinados a iniciar o estudante na prática [[vocal]] ou instrumental antes mesmo do ensino da teoria musical. Há muitos métodos de [[musicalização]] e os mais conhecidos são o [[Método Orff]], [[método Dalcroze|Dalcroze]] e [[Método Kodály|Kodály]].
*'''[[Prática instrumental]]''' - ensino e treinamento de técnicas específicas de cada instrumento
*'''[[Prática vocal]]''' - ensino e treinamento de técnicas vocais. Inclui o [[Grupo coral|canto coral]] e o [[canto orfeônico]].
*'''[[Teoria musical]]''' - ensino da teoria musical, [[escala musical|escalas]], [[rítmica]], harmonia e [[notação musical]].
*'''História da música'''.
*'''Percepção auditiva''' - treinamento da percepção melódica (alturas e intervalos) e rítmica.
*'''Composição e regência''' - Curso superior destinado à formação de compositores e [[Maestro|regentes]].

A educação musical acontece na [[escola]] junto às demais disciplinas, normalmente como parte da [[educação artística]], no [[Conservatório de música]], escola especializada no ensino de música e artes cênicas e na [[Universidade]].

==Actuação==

[[Imagem:Bob-Marley-in-Concert_Zurich_05-30-80.jpg|thumb|left|250px|O cantor [[Jamaica|jamaicano]] [[Bob Marley]] durante uma apresentação em Zurich (Suíça) em [[1980]]]]
A música só existe quando executada ou reproduzida, por isso a atuação é seu aspecto mais importante. Enquanto não executada a música é apenas potencial. É na execução que ela se torna um existente. A atuação pode se extender da improvisação de solos às bem organizadas apresentações repletas de rituais, como o moderno concerto clássico, o concerto de rock ou festividades religiosas. O executante é o músico, que pode ser um [[instrumentista]] ou [[Vocal|cantor]].

===Solos e conjuntos===

A execução pode ser feita individualmente e neste caso é chamada de [[solo (música)|solo]], palavra que vem do italiano e significa "sozinho". O extremo oposto é a execução em [[conjunto]]s vocais, instrumentais ou mistos.

Muitas culturas mantêm fortes tradições nas atuações de solos como, por exemplo, na música clássica [[Índia|indiana]], enquanto que outras, como em [[Bali]], têm ênfase nas atuações de conjuntos. Mas o mais comum é uma uma mistura das duas. Conjuntos podem ter solistas permanentes (como o vocalista ou guitarrista principal da banda de rock) ou ocasionais (como o solista do concerto erudito).

A variedade de conjuntos existentes é imensa e as combinações possíveis são ilimitadas. É comum classificar os grupos pelo número de participantes: duos, trios, quartetos, quintetos, sexteto, heptetos e octetos são os mais comuns. Grupos com mais de oito executantes são classificados por sua função: [[coro]]s, [[grupo de câmara|grupos de câmara]], [[banda]]s, [[orquestra]]s. Certos grupos têm um nome específico, como o [[gamelão]], conjunto instrumental típico da música de [[Bali]]. Outros podem partilhar o nome com outros conjuntos e neste caso são identificados geralmente pelo gênero: Orquestra sinfônica, orquestra de [[baile]], banda de [[blues]], banda de [[jazz]].

===O evento musical===

A execução musical pode ocorrer em um contexto íntimo ou mesmo solitário, mas é comum que ocorra dentro de um evento ou espetáculo. Entre os eventos mais comuns estão as festas, [[concerto]]s, [[show]]s, [[ópera]]s, espetáculos de [[dança]], entre outros. Cada evento tem características próprias e normalmente obedece a um ritual específico. Eventos mais teatrais como o concerto e a ópera exigem do público uma atitude contemplativa e silenciosa enquanto que um show de rock ou uma roda de [[samba]] presumem a participação ativa do público na forma do canto e dança.

====Festivais de música====

Além dos próprios shows e eventos feitos por algumas bandas e grupos isolados, existem também os [[festival de música|festivais de música]], onde são apresentados diversos grupos e artistas, na maioria das vezes com o mesmo gênero, mas muitas vezes com gêneros diversos. Podem ocorrer uma única vez ou periodicamente. Um dos festivais mais conhecidos foi o de [[Woodstock]], tradicional festival de rock nos [[Estados Unidos da América|EUA]]. Alguns festivais como o [[Live 8]] têm abrangência global, outros são limitados à região em que ocorrem, como os brasileiros [[Chivas Jazz Festival]], [[Abril Pro Rock]] e [[Pré Amp|Festival Pré Amp]] e o português [[Super Bock Super Rock]]. Em alguns casos, um evento planejado para ter abrangência local ganha importância e é extrapolado para outras localidades, como o famoso [[Rock in Rio]] que após três edições no [[Rio de Janeiro]] passou a ter edições no exterior, como a de [[2004]] em [[Lisboa]] e as edições previstas para [[2006]] e [[2007]] em Lisboa e [[Sydney]].

Existem muitos festivais de música que celebram gêneros particulares de música. Um dos melhores exemplos é o Festival de [[Bayreuth]] que se dedica exclusivamente às operas de [[Richard Wagner]]. Também podem ser considerados festivais eventos que englobam outras manifestações, como o [[Carnaval]] do [[Brasil]] ou o [[Mardi-Gras]] em [[Nova Orleans]].

Em Belo Horizonte-MG é realizado anualmente um festival chamado Pop Rock Brasil, desde a década de 80, onde se chamava Rock Brasil. Geralmente se apresentam mais de uma dezena de bandas em dois ou três dias de espetáculo, contando com bandas nacionais em sua imensa maioria e com algumas apresentações internacionais como Soul Asylum, Live, New Order, The Rasmus, Black Eyed Peas, etc. Esse festival é promovido pela Radio 98FM de BH. Em 2006, a Mix FM entrou na área e lançou um festival parecido, cuja primeira aparição se chamou Pop Rock Mix Festival (esse somente com nacionais).

===Composição audiovisual===

'''Composição audiovisual''' é um tipo específico de composição musical que envolve recursos cênicos ou visuais, tais como a música para dança, a ópera, o [[videoclip]], a [[banda sonora]] (ou trilha sonora), entre outras.

====Banda sonora====

{{Ver artigo principal|[[Banda sonora]]}}
Chama-se '''Banda sonora''' ou '''trilha sonora''' ao conjunto das peças musicais usadas num [[filme]]. Pode incluir música original, criada de propósito para o filme, ou outras peças musicais, canções e excertos de obras musicais anteriores ao filme.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Gêneros musicais

Gêneros musicais

sim como existem várias definições para música, existem muitas divisões a agrupamentos da música em gêneros, estilos e formas. Dividir a música em gêneros é uma tentativa de classificar cada composição de acordo com critérios objetivos que não são sempre fáceis de definir.

Uma das divisões mais freqüentes separa a música em grandes grupos:

Música erudita - a música tradicionalmente dita como "culta" e no geral, mais elaborada. Seus adeptos consideram que é feita para durar muito tempo e resistir a modas e tendências. Em geral exige uma atitude contemplativa e uma audição concentrada. Alguns consideram que seja uma forma de música superior a todas as outras e que seja a real arte musical. No entanto esse pensamento é tipicamente ocidental, elitista, obsoleto e não leva em conta a imensa variedade de formas e funções da música nos mais diversos grupos sociais. Os gêneros eruditos são divididos sobretudo de acordo com o períodos em que foram compostas ou pelas características predominantes.
Música popular - associada a movimentos culturais populares. Conseguiu se consolidar apenas após a urbanização e industrialização da sociedade e se tornou o tipo musical icônico do século XX. Se apresenta atualmente como a música do dia-a-dia, tocada em shows e festas, usada para dança e socialização. Segue tendências e modismos e muitas vezes é associada a valores puramente comerciais, porém, ao longo do tempo, incorporou diversas tendências vanguardistas e inclui estilos de grande sofisticação. É um tipo musical frequentemente associado a elementos extra-musicais, como textos (letra de canção), padrões de comportamento e ideologias. É subdividida em incontáveis gêneros distintos, de acordo com a instrumentação, características musicais predominantes e o comportamento do grupo que a pratica ou ouve.
Música folclórica ou tradicional - associada a fortes elementos culturais de cada grupo social. Tem caráter predominantemente rural ou pré-urbano. Normalmente são associadas a festas folclóricas ou rituais específicos. Pode ser funcional (como canções de plantio e colheita ou a música das rendeiras e lavadeiras). Normalmente é transmitida por imitação e costuma durar décadas ou séculos. Incluem-se neste gênero as cantigas de roda e de ninar.
música religiosa, utilizada em liturgias, tais como missas e funerais. Também pode ser usada para adoração e oração ou em diversas festividades religiosas como o natal e a páscoa, entre outras. Cada religião possui formas específicas de música religiosa, tais como a música sacra católica, o gospel das igrejas evangélicas, a música judaica, os tambores do candomblé ou outros cultos africanos, o canto do muezim, no Islamismo entre outras.
Cada uma dessas divisões possui centenas de subdivisões. Gêneros, subgêneros e estilos são usados numa tentativa de classificar cada música. Em geral é possível estabelecer com um certo grau de acerto o gênero de cada peça musical, mas como a música não é um fenômeno estanque, cada músico é constantemente influenciado por outros gêneros. Isso faz com que subgêneros e fusões sejam criados a cada dia. Por isso devemos considerar a classificação musical como um método útil para o estudo e comercialização, mas sempre insuficiente para conter cada forma específica de produção. A divisão em gêneros também é contestada assim como as definições de música porque cada composição ou execução pode se enquadrar em mais de um gênero ou estilo e muitos consideram que esta é uma forma artificial de classificação que não respeita a diversidade da música. Ainda assim, a classificação em gêneros procura agrupar a música de acordo com características em comum. Quando estas características se misturam, subgêneros ou estilos de fusão são utilizados em um processo interminável.

Os estilos musicais ao entrar em contato entre si produzem novos estilos e as culturas se misturam para produzir gêneros transnacionais. O bluegrass dos Estados Unidos da América, por exemplo tem elementos vocais e instrumentais das tradições anglo-irlandesas, escocesas, alemãs e afro-americanas que só podem ser fruto da produção do século XX.

Outra forma de encarar os gêneros é considerá-los como parte de um conjunto mais abrangente de manifestações culturais. Os gêneros são comumente determinados pela tradição e por suas apresentações e não só pela música de fato. O Rock and roll, por exemplo, possui dezenas de subgêneros, cada um com características musicais diferentes mas também pelas roupas, cabelos, ornamentação corporal e danças, além de variações de comportamento do público e dos executantes. Assim, uma canção de Elvis Presley, um heavy metal ou uma canção punk, embora sejam todas consideradas formas de rock, representam diversas culturas musicais diferentes.

Também a música erudita, folclórica ou religiosa possuem comportamentos e rituais associados. Ainda que o mais comum seja compreender a música erudita como a acústica e intencionada para ser tocada por indivíduos, muitos trabalhos que usam samples, gravações e ainda sons mecânicos, não obstante, são descritas como eruditas, uma vez que atendam aos princípios estéticos do erudito. Por outro lado, uma trecho de uma obra erudita como os "Quadros de uma Exposição" de Mussorgsky tocado por Emerson, Lake and Palmer se torna Rock progressivo não só por que houve uma mudança de instrumentação, mas também porque há uma outra atitude dos executantes e da platéia.

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