História da música.

História da música é o estudo das origens e evolução da música ao longo do tempo. Como disciplina histórica insere-se na história da arte e no estudo da evolução cultural dos povos. Como disciplina musical, normalmente é uma divisão da musicologia e da teoria musical. Seu estudo, como qualquer área da história é trabalho dos historiadores, porém também é freqüentemente realizado pelos musicólogos. Este termo está popularmente associado à história da música erudita ocidental e freqüentemente afirma-se que a história da música se origina na música da Grécia antiga e se desenvolve através de movimentos artísticos associados às grandes eras artísticas de tradição européia (como a era medieval, renascimento, barroco, classicismo, etc.). Este conceito, no entanto é equivocado, pois essa é apenas a história da música no ocidente. A disciplina, no entanto, estuda o desenvolvimento da música em todas as épocas e civilizações, pois a música é um fenômeno que perpassa toda a humanidade, em todo o globo, desde a pré-história. Em 1957 Marius Schneider escreveu: “Até poucas décadas atrás o termo ‘história da música’ significava meramente a história da música erudita européia. Foi apenas gradualmente que o escopo da música foi estendido para incluir a fundação indispensável da música não européia e finalmente da música pré-histórica." Há, portanto, tantas histórias da música quanto há culturas no mundo e todas as suas vertentes têm desdobramentos e subdivisões. Podemos assim falar da história da música do ocidente, mas também podemos desdobrá-la na história da música erudita do ocidente, história da música popular do ocidente, história da música do Brasil, História do samba, história do fado e assim sucessivamente.

terça-feira, 17 de julho de 2007

U2 NO BRASIL l: SÃO PAULO

U2 OS MELHORES CANTORES DO MUNDO


Durante mais de um mês os fãs do U2 penaram. Mas o dia da recompensa finalmente chegou com so dois shows que certamente ficarão na memória de quem esteve no Morumbi nos dias 20 e 21. O Vaga-lume conferiu o show da última terça-feira e conta tudinho aqui.
Alexandre Schneider/UOL




Madrugada de terça para quarta, o Morumbi apinhado de gente querendo sair de qualquer jeito de lá e no final das contas uma grande certeza fica na nossa cabeça: se você é um fiel dessa religião chamada U2 é bom saber que as penitências estão em maior número que os momentos de êxtase e que o dízimo a ser pago costuma ser alto.
Folha Imagem


Ainda bem que esses momentos acabam compensando todo o calvário pelo qual o pessoal foi submetido. Creio não ser necessário lembrar em detalhes das brigas por ingressos, dos cambistas, das cotas de convites para os patrocinadores etc, etc, etc. Depois disso tudo, só o fato do pessoal ter conseguido entrar no estádio sem atropelos já mereceu comemoração.


FRANZ FERDINANDTiago Queiroz/AE




Às 8 em ponto os escoceses do Franz Ferdinand abriram a noite. Ser banda de abertura é sempre algo complicado, mais ainda se ela toca antes de uma atração muito aguardada e não tem um arsenal de sucessos para segurar a platéia. Com esse retrospecto todo dá para se dizer que a apresentação deles foi um sucesso, apesar do som sem volume demais que deixou as composições funkeadas do grupo sem o peso necessário.

A banda de Alex Kapranos fez um show enxuto e divertido. Mandaram músicas dos seus dois (bons) álbuns, levantaram o público nos semi-hits "Do You Want To" e "Take Me Out", agradeceram em português e fez o público bater palminha. No final tinha bastante gente perguntando sobre quem eram eles (um casal mais velho que estava ao meu lado, acabou fazendo a ponte certa ao compará-los aos Talking Heads e seu funk cerebral de branco).

U2Mais uma meia hora de espera e ao som de "Wake Up" do Arcade Fire (prova que os irlandeses estão antenados ao melhor rock feito atualmente) as luzes se apagam. A partir daí o ques e viu foi uma banda segura de si que está acostumada a tocar para multidões. O show não diferiu muito da apresentação feita no dia anterior e nem do DVD recém-lançado. A banda começa com "City Of Blinding Lights" e emenda com "Vertigo" e "Elevation". Nessa hora o maior temor dos fãs se mostrava real: o som estava baixo demais (só foi melhorar mais para frente) o que deixava o povo ouvindo mais a sua própria voz que a do Bono, que, ainda assim, mostrou porque é um dos maiores front men da história. Ele sempre busca se comunicar com o público, arrisca frases em português ("Ontem tocamos para o Brasil inteiro, hoje essa é nossa festinha particular"), chama pessoas da platéia para o palco (até improvisou "Desire" para uma garota chamada... Desiré), anda bastante nas passarelas laterais e, claro, as vezes esbarra na demagogia (...mas sem perder a ironia jamais, como quando mostra para o telão uma camiseta com os dizeres: "Bono para Presidente").
Alexandre Schneider/UOL




Mesmo assim fica difícil não sentir um nó na garganta ao ver a declaração dos direitos humanos na tela, ou os apelos pelo fim da pobreza. Ao mesmo tempo não deu para esconder uma certa tristeza - e mesmo amargor - quando o vocalista falou (com legendas no telão) que assim como a Irlanda um novo Brasil estava nascendo, quando na verdade o sentimento geral por ali era mais a de morte prematura mesmo (o que leva a pensar que talvez esse show devesse ter acontecido há uns quatro anos). O espetáculo acabou frustrando um pouco apenas quem esperava por mais improvisos ou canções menos usuais. Ao contrário dos shows norte-americanos, o grupo deixou de fora as músicas do primeiro álbum Boy e preferiu repetir "Miss Sarajevo" ao invés de arriscar "Bad" ou "Running To Stand Still". Eles também deixaram de lado "Original Of The Species", "All Because Of You" e "Stuck In A Moment" e as substituíram por "The First Time", "Yahweh" e "All I Want Is You", que encerrou o concerto no lugar de "40".

Tirando isso os grandes momentos foram os de catarse coletiva, ou seja, os velhos sucessos "Sunday, Bloody Sunday", "Pride (In the Name of Love)", "With Or Without You" e, especialmente, "Where The Streets Have No Name" e "One", com muito marmanjo derramando lágrimas sem vergonha nenhuma.
Alexandre Schneider/UOL




E assim se foi. Ao final de mais de duas horas, as luzes e acenderam e todo mundo se esqueceu das 16 horas passadas em filas, das outras tantas penduradas ao telefone, da água cara (a não ser que você quisesse arriscar os saquinhos jogados pela produção com os dizeres: "essa água tem a mesma qualidade da que sai da sua torneira"), do merchandising com preço extorsivo (um chaveiro oficial custava R$25,00, uma camiseta R$60,00), do estacionamento caro, do palco baixo que não facilitava a vida de qualquer pessoa com menos de 1,70 e voltaram com um sorriso para casa. Tirando aquela meia dúzia que preferiu dizer que os shows de 98 foram melhores...

Erasmo Carlos

"...eu gosto muito quando regravam músicas minhas. Eu nem me importo que pensem que ela é do cara.", Erasmo Carlos.



Se existe um artista brasileiro que merece os maiores adjetivos ele se chama Erasmo Carlos. Sua importância nunca pode ser resumida à parceria mais que vencedora com Roberto Carlos. Erasmo Carlos é o nosso maior roqueiro vivo (seu único concorrente, Raul Seixas, não está mais entre nós), ousou bastante especialmente a partir dos anos 70 em discos como Carlos, Erasmo (que tinha uma música de apologia a uma certa erva com o sugestivo nome de... Maria Joana), Sonhos e Memórias e a banda dos Contentes e ao contrário de seu parceiro mais famoso que como todo bom rei vive mais isolado, sempre deu a cara a tapa. Na primeira metade dos anos 80 Erasmo Carlos se tornou cantor pop de sucesso e vendeu milhares de cópias de discos como Mulher (sexo Frágil), Amar Pra Viver Ou Morrer De Amor e Buraco negro. Depois dessa fase ele se retraiu, gravou menos do que deveria, mas sempre manteve a parceria com Roberto Carlos.
Site Oficial



Erasmo Carlos
Talvez a chave para se entender melhor Erasmo Carlos como pessoa e artista seja o projeto "Erasmo Convida". O volume 1 foi lançado em 1980 e trazia o cantor e compositor ao lado de Tim Maia, Jorge Ben, Rita Lee, Nara Leão, Roberto Carlos, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil e outros mais. Ali ficava claro como as músicas da dupla eram abrangentes, adaptando-se aos mais diversos intérpretes e principalmente se comprovava além do prestígio, o carinho que toda a MPB nutria pelo Tremendão. Esse carinho pôde ser renovado agora em 2007 quando finalmente Erasmo Carlos Convida volume 2 foi lançado. Dessa vez temos Erasmo cantando com ídolos de juventude (Os Cariocas), colegas de geração de primeira grandeza que ficaram de fora do volume 1 (Chico Buarque e Milton Nascimento) e outros que na época ainda estavam despontando (Djavan e Simone). Some aí seus herdeiros dos anos 80 (Lulu Santos, Kid Abelha) e 90 (Skank e Los Hermanos - cuja Sábado Morto pode ficar como o último registro do quarteto) além de Marisa Monte, Adriana Calcanhotto e Zeca Pagodinho e o resultado é um disco que não perde em nada para o volume 1 e ainda ajuda a colocar Erasmo Carlos na mídia pelo que interessa: a sua música.

Há tempos estávamos querendo falar com o Tremendão e quis o destino que o papo rolasse num dia 5 de junho, quando o "nosso amigo" completava 66 anos. O resultado está logo aí embaixo.


Entrevista
Porque o Erasmo Convida volume 2 demorou tanto para sair? Há tempos que te pediam um novo volume não?


Erasmo Carlos
Desde que eu gravei o primeiro pediam para eu fazer o segundo. Mas eu sempre falava pra deixar rolar, porque a idéia nunca foi a de fazer alguma coisa oportunista, pra faturar em cima. Tanto que nem show especial a gente vai fazer. Ele é só um projeto feito pelo prazer de juntar todo esse pessoal. Já que se você juntar os dois volumes ali estão representados alguns dos maiores artistas do século dentro da nossa música. Mas como eu te disse, apesar da cobrança eu fui deixando o tempo passar, até que há uns 5 anos eu encontrei o Lulu Santos no aeroporto e disse pra ele que estava pensando em retomar o projeto do "Erasmo Convida". Ele na hora disse que estava dentro, que iria fazer o Coqueiro Verde e que o arranjo já estava na sua cabeça.




Você disse numa entrevista que para fazer o primeiro Erasmo Convida simplesmente pegou o telefone e chamou o pessoal. Foi assim dessa vez também?

Dessa vez tiveram alguns critérios de escolha. Antes de tudo fomos atrás dos que teoricamente não participaram do primeiro volume, que foi o caso do Chico Buarque, Simone, Milton Nascimento, Os Cariocas... que são pessoas que eu amo e não puderam por alguma razão estar naquele disco. Outro critério foi o de não repetir nem convidados e nem músicas para evitar comparações. Também fomos atrás de pessoas com as quais eu já tinha afinidade, como o Kid Abelha e o Skank que já tinham gravado músicas minhas. Eu já tinha gravado com a Adriana Calcanhotto, e composto com a Marisa Monte. O Marcelo Camelo dos Los Hermanos também já tinha feito uma música comigo que entrou no filme "O casamento de Romeu e Julieta".

Os arranjos partiram dos convidados?


Erasmo Carlos

Nesse projeto eu nunca ponho a mão no arranjo. Eu deixo rolar o que o convidado sente porque se eu for botar a minha mão, vou acabar escravo da gravação original. Tanto que às vezes eu me assustei ao ver a maneira que alguns enxergam a música (risos), mas tudo bem, eu tô dentro.

Cada artista escolheu a música que quis?

Alguns trouxeram, para outros eu dei algumas sugestões. Os Los Hermanos por exemplo escolheram o Sábado Morto e o Chico Buarque foi quem chegou com Olha. Já o Cama e Mesa fui eu que sugeri pro Zeca Pagodinho assim como Emoções que escolhi porque queria ouvi-la com o Milton Nascimento. A Simone já estava cantando Vou Ficar Nu pra chamar sua atenção nos shows dela e a escolha foi natural. E assim foi indo.

Você pensa em fazer um terceiro volume algum dia?

Bicho, quando eu tiver uns 150 anos (risos). Eu acho que aí sim seria muito oportunismo da minha parte. Eu não vou dizer que nunca vou fazer mas talvez eu faça de um outro jeito talvez com o Erasmo Carlos só de compositor e não cantando.

Hoje em dia os seus discos passam por grande reavaliação e percebe-se que os mais jovens têm um grande respeito pela sua obra e seus discos. Queria que você falasse um pouco sobre esse momento e como se sente quando um músico ou fã mais jovem diz adorar um discos feitos há mais de 30 anos como Carlos, Erasmo ou Sonhos e Memórias.

Erasmo Carlos
Eu fico feliz e é um motivo de reflexão. Pô, quantas músicas são feitas todos os dias e nesse turbilhão de coisas, um monte de canções que a gente faz vão ficando para trás sem nunca serem descobertas. Os clássicos para se tornarem clássicos de fato dependem muito das regravações. Por isso eu gosto muito quando regravam músicas minhas. Eu nem me importo que pensem que ela é do cara (risos). O Léo Jaime fez muito sucesso com Gatinha Manhosa fim dos anos 80 e ele falou pra mim que o pessoal chegava e dizia: "Pô Léo, bacana essa sua música" e ele respondia "Essa música é do Erasmo Carlos e do Roberto Carlos pô" (risos), mas eu não me importo com isso não.

Por falar no Carlos, Erasmo (nota - o disco de 1971 considerado pela crítica o seu melhor trabalho) fale um pouco desse trabalho para a gente. Algo que chama a atenção é a relação dos músicos que tocam nele...

Pô ali estão quase todos os Mutantes, o (guitarrista) Lanny Gordin, o Taiguara toca piano no disco e não está com o nome na ficha. Teve a Caribean Steel Band e foi muito legal gravar com tambores de lata. O estúdio ficava uma festa com esse pessoal todo.

Nós conferimos o seu show com o "Clube do Balanço" na Virada cultural. Como é subir ao palco com esse pessoal mais novo?

Eu adoro tocar com o Clube do Balanço, quando eu subo no palco com eles eu fico transtornado e me torno apenas mais um integrante do grupo. É legal que na minha carreira agora eu tenho várias facetas. Eu faço shows de Jovem Guarda com os meus amigos daquela época. Então lá eu sou Jovem-Guarda. Com o Clube do Balanço e a Orquestra Imperial eu sou sambista. E tenho a minha vida própria onde me mantenho atual.


Você pretende cair na estrada agora? Existe a vontade de fazer ao vivo o repertório do novo disco com alguns convidados

Erasmo Carlos
Show em cima desse disco eu não vou fazer, primeiro porque eu não vou poder contar com a presença dos outros artistas. Claro que algumas músicas estão entrando no repertório dos shows, como Olha que está sendo pedida. Mas fazer um show em cima do "Erasmo Convida", botando, sei lá, os convidados num telão iria ser uma coisa ridícula e oportunista.

E a biografia do Roberto Carlos. Você chegou a ler o livro? Queria comentar algo a respeito?

Eu não li. Aliás não estou lendo nada que fale sobre mim e sobre a época, porque estou escrevendo o meu livro há um ano e meio e devo demorar ainda mais um ano até acabar. Depois disso só é que eu vou ler.

Nem o livro do Pedro Alexandre Sanches você leu? (nota - o jornalista escreveu "Como dois e dois são cinco" analisando a obra musical de Roberto e Erasmo e é o responsável pelo release do novo cd de Erasmo Carlos).

Pô, ele é meu amigo, até me cobra a leitura (risos). Meus filhos até me contam o que os livros contam, mas eu mesmo não li. Mas eu falo muito. Eu dei entrevista pro Nelson Motta pro livro dele "Noites Tropicais", contei histórias minhas, sobre o Tim Maia, do próprio Roberto Carlos... Também falei com o Pedro Alexandre... mas com esse rapaz do livro do Roberto (Paulo Cesar de Araújo) eu não falei. Ele veio uma vez aqui em casa com uma equipe de faculdade para me entrevistar e usou esses depoimentos. Agora falar especificamente para o livro dele eu não falei.


Você costuma dizer que sua amizade com o Roberto dura porque vocês se encontram só para trabalhar e no máximo se telefonam nos aniversários. Bom, o Roberto já te ligou hoje (risos)?Desde o último disco dele vocês já se reuniram para escrever novas músicas?


Hoje em dia tanto você como ele têm uma agenda menos apertada. Como era nos anos 70 conciliar a agenda dele com a sua? Vocês compunham músicas tanto para os discos seus quanto os dele ao mesmo tempo?

Não tinha complicação não, era só marcar o dia e a hora. Separávamos na agenda alguns dias do mês tal e nos encontrávamos. A gente já vinha com as idéias na cabeça, as coisas anotadas e era só desenvolver.

A gente já sabe que vocês foram uma parceria de fato (diferente de Lennon e McCartney que muitas vezes compunham sozinhos mas assinavam em dupla). Queria saber então como essa parceria funciona. Tem alguma coisa que você consiga fazer mais facilmente do que o Roberto e vice-versa?

Pô bicho você quer tirar as coisas do meu livro, aí ninguém vai querer ler ele quando sair (risos).

Vocês costumavam gravar fitas demo das músicas que faziam? Queria saber como funciona o processo que vai do fim da composição até ela aparecer gravada. Você ouve os arranjos antes?

Sim claro, nós temos uma parceria normal, como todas as outras, profissional pra caramba, mas normal, gravamos fitas e fazemos anotações. Com arranjo a gente não se mete. Assim que a composição acaba ela vai pro estúdio e aí cada um sabe o seu caminho. O resultado final mesmo só ouvimos quando o disco sai.

Aliás vocês nunca tiveram a vontade de gravar um disco todo juntos? (e fazer um show nesses moldes?)

Erasmo Carlos
Olha, não sei, não dá, tem coisa de gravadora aí... mas nunca pintou essa idéia. Nós já gravamos uma ou outra música juntos, mas foi isso. E nem é o caso de ter. Eu não sou cantor, sou compositor. Pô eu vou fazer o que no disco dele? O Roberto Carlos canta pra cacete (risos) eu vou é atrapalhar o disco. Nesses discos que eu gravo com outras pessoas, o tom é sempre um problema. Cantar com a Adriana Calcanhotto foi complicado, porque o tom dela é muito alto. O da Paula Toller também. No outro volume foi o mesmo problema pra cantar com a Maria Bethânia.


No seu site você diz que um de seus defeitos é ser centralizador. Como é que você consegue trabalhar tão harmonicamente com o Roberto que também é centralizador por natureza?

Aí eu não me meto com ele e nem ele se mete comigo. A gente chuta a bola, deixa o jogo seguir e depois volta pra casa...


Você acompanha ainda o que seus colegas de geração andam fazendo? Ouviu os mais recentes de Caetano, Bob Dylan ou Paul McCartney?

Eu dou umas ouvidas né? Eu estou olhando aqui para a pilha de discos que eu tenho pra ouvir, se eu for escutar tudo isso eu vou passar o resto da minha vida ouvindo disco (risos). É muita coisa, são as bandas novas que mandam coisas para mim, os discos novos dos meus contemporâneos e tenho ainda que achar tempo para ouvir as músicas que eu gosto né? Mas alguns grupos me chamam a atenção, como o Luxúria, o Cachorro Grande e o Mombojó.

Como é ser empresariado pelo próprio filho?

Eu tenho três filhos: um é baterista, o outro é cantor e o Léo toma conta dos negócios, porque alguém tem que trabalhar né (risos)? Ele cuida da minha editora musical e agora também estamos lançando alguns cds e dvds pelo nosso selo, o "Coqueiro Verde Records".

Entre as músicas suas que mais buscam no Vaga-lume estão "Mulher" e "Sentado à beira do caminho". Fale um pouco sobre essas canções e da importância delas para você.

Mulher (sexo Frágil) é uma música legal pra caramba que eu fiz com a Narinha (a sua então esposa). Ela fez uns versos num desabafo e eu gostei deles, aí eu os desenvolvi e fiz a música. E o Sentado à Beira Do Caminho é o meu maior sucesso. Eu tenho que cantá-la em todos os shows senão o o pessoal fica bravo. E ela vem se revelando como a música mais regravada de Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Além de já ter sido tema de três novelas ela entrou em dois filmes estrangeiros: "Big Guns" com o Alain Delon na década de 80 e mais recentemente no "12 Homens e um outro segredo" (onde a música toca na sequência inicial numa versão em italiano feita pelo cantor Ornella Vanoni).

Não acha curioso que uma música com uma letra complicada como essa tenha feito tanto sucesso?

Pô, nego decora música do Lenine (risos), tipo naquela música maravilhosa em que ele fala das musas de todo mundo, Todas Elas Juntas Num Só Ser e não vai decorar Sentado à Beira Do Caminho?

As melhores postagens sobre os cantores mais preferidos.

Nesse sábado o Brasil também fará parte do Live Earth. Na praia de Copacabana cerca de 700 mil pessoas são esperadas para a série de shows (o único com entrada gratuita) que também vão rolar na Inglaterra, China, Japão, EUA, Austrália, Àfrica do Sul e Alemanha com o objetivo de chamar a atenção do mundo para a crise do aquecimento global. Após muita especulação e alguns cancelamentos (Good Charlotte, Alanis Morissette e até a nossa Ivete Sangalo pularam fora) a programação foi fechada com forte acento black. Assim o Rio verá as performances de Lenny Kravitz, Macy Gray e do rapper Pharrell Williams. Além dos brasileiros O Rappa, Jota Quest, MV Bill,Vanessa da Matta, Marcelo D2, Jorge Ben Jor e até Xuxa.





Xuxa
Escalada para abrir o festival, fez muita gente se perguntar se ela não estaria um tanto quanto deslocada dentro do evento. De qualquer forma o Live Earth é um evento família e as crianças precisam ter vez. O mais provável é que ela jogue com a nostalgia da platéia e a onda de revival dos anos 80. Se abrir o show cantando "bom dia amiguinho, já estou aqui" (Amiguinha Xuxa) e emendar com Ilariê, sai do palco consagrada.





Jota Quest
A outra banda "família" do evento. O Jota Quest pode desagradar os roqueiros mais radicais, mas num evento gratuito e de grande porte como esse acaba sendo uma escolha lógica. Devem colocar o povo pra pular graças a hits como Do Seu Lado e com Fácil fazer todo mundo cantar junto.



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Alcione
Alcione faz parte de um tempo onde as cantoras de samba eram responsáveis por grande parte do faturamento das gravadoras. Ao lado de Beth Carvalho e Clara Nunes foi nossa maior intérprete do gênero na década de 70. Com o renovado interesse dos mais jovens no samba dito de raíz agora é torcer para que a Marrom consiga renovar seu público e música.


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Mv Bill
Responsável pelo documentário "Falcão os meninos do Tráfico" e por se envolver em polêmicas (entre outras exibiu uma arma em seu show no antigo "Free Jazz Festival" e reclamou que o filme "Cidade de Deus" serviu só para estigmatizar os moradores de lá), MV Bill faz parte da linha de frente do hip-hop carioca. Com o papel de conscientizar o povo dos morros, enquanto o povo do pancadão se responsabiliza pelos temas mais amenos, o MC deve aproveitar a oportunidade para meter a boca no trombone.


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Marcelo D2
D2 foi do inferno ao céu (ou melhor dizendo da cadeia para a Daslu) sempre na dele. Com o Planet Hemp criou uma das três ou quatro bandas mais importantes a surgir no país desde os anos 90 e depois em carreira solo embarcou em sua missão de fundir o rap com o samba. Hoje tem prestígio, vende bem e tem moral tanto entre o público classe média quanto nas periferias. D2 vai dividir o palco com MV Bill e Alcione.


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Pharrell Williams
O rapper é um dos nomes mais importantes do pop desta década, especialmente como parte da dupla de produtores Neptunes. Até a ascensão de Timbaland, Pharrell Williams era o nome mais quente no mercado de rap e pop americano. De Britney Spears e Justin Timberlake, até Snoop Dogg e Jay Z foram muitos artistas nos últimos anos que fizeram sucesso com uma ajudinha dos Neptunes. Bastante prolífico, Pharrel montou o N.E.R.D.(na verdade apenas um novo nome para os Neptunes) ótimo projeto que misturou funk, rock, soul e pop e surpreendeu até quem não gosta de rap ou pop radiofônico.A estréia solo propriamente dita aconteceu no ano passado com o álbum In my Mind. Dividido entre raps e baladas o álbum conta com participações de vários artistas que fizeram sucesso graças ao seu lado produtor (Kanye West, Gwen Stefani, Nelly e muitos outros).




Vanessa da Matta
Com "ai ai ai" da música Não me deixe só Vanessa da Matta estourou e teve uma das músicas mais executadas no país no ano passado. Agora ela está lançando um novo e elogiado álbum que conta com as presenças de Ben Harper e de Sly & Robbie, também conhecidos como a melhor cozinha (baixo e bateria) da Jamaica.

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Falcão - O Rappa
com sua mistura de reggae, mpb, funk, pop e rock são uma das maiores bandas do Brasil. Apesar do lado politizado ter dado uma amaciada depois da saída de Marcelo Yuka(F.U.R.T.O o Rappa ainda carrega bastante nos discursos e deve fazer a festa do pessoal que está lá não só pela música.

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Macy Gray
Prestes a completar 40 anos, Macy Gray é bastante querida pelo público saudoso do soul dos anos 60 e 70 que sentiam falta de uma artista com uma pegada mais "clássica". Seu disco de maior vendagem "On how life is" foi lançado em 1999 e demorou um pouco para deslanchar mas, após duas indicações ao Grammy, o sucesso de I Try nas rádios e críticas elogiosas que faziam comparações com Nina Simone e Billie Hollyday, Macy subiu ao primeiro escalão com seu cd atingindo a marca de platina tripla. Macy Gray já se apresentou no Brasil em 2001. Agora ela chega para apresentar seus hits e músicas de seu mais novo disco, "Big", que foi produzido por Will I am dos Black Eyed peas.



Jorge Ben Jor
Não tem muito mais o que falar de Jorge Ben Jor. São 44 anos de carreira, hits em quantidade para preencher 3 horas de apresentação e aquele que continua sendo um dos melhores shows (pra não dizer o melhor) do país. Tem grandes chances de roubar o dia e não a toa está escalado para ser a penúltima atração da noite.




Lenny Kravitz
o nome mais famoso do Live Earth Rio já se apresentou na mesma praia de Copacabana em 2005 para uma platéia estimada em 500 mil pessoas. Lenny Kravitz apareceu no fim dos anos 80 e sempre causou polêmica. Enquanto muitos saudaram o surgimento de um artista negro que fundia rock, funk e soul como nos velhos tempos, para ourtros ele nunca conseguiu ser nada além de uma cópia não muito bem feita de seus ídolos. Já com o público ele sempre se deu bem, desde seu primeiro disco, o cult "Let Love Rule". O sucesso de massa se consolidaria em 91 com "Mama Said" (com vários hits como a faixa título e It Ain't Over 'til It's Over). Seguiram-se então mais 5 álbuns, e uma grande lista de sucessos (Fly Away, Mr. Cab Driver, a regravação de American Woman...). Sem disco novo para divulgar, Kravitz deverá fazer um show calcado em seus maiores hits e tem tudo para agradar mais uma vez a enorme multidão esperada durante sua apresentação.

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